Nós da Corrente Proletária
Estudantil/POR, a partir da atuação no XXXIV ENESS, avaliamos que a
estrutura de discussão burocratizada montada pela direção da Enesso
(Levante Popular/Consulta Popular, Juventude Comunista
Avançando/prestistas, PSOL) não garantiu um debate politizado sobre as
tarefas urgentes do MESS diante dos ataques do governo antinacional e
antipopular de Dilma e dos efeitos da crise econômica mundial que já
começam a atingir os trabalhadores e juventude do Brasil. Enquanto a
crise econômica avança a passos largos, o movimento estudantil de
serviço social expressou no encontro a crise de direção política que tem
desviado os trabalhadores e a juventude combativa da luta pelo fim do
capitalismo e construção do socialismo.
As discussões sobre como organizar a luta contra a mercantilização do
ensino e combater a brutal exclusão da juventude do ensino superior foi
abafada por discussões distracionistas e prejudicada pelas várias horas
de atraso para o início dos GDs e plenárias. A direção cometeu o absurdo
de separar as discussões entre escolas públicas e privadas,
justificando as especificidades de pauta de reivindicação o que
prejudicou a organização e a discussão da luta unitária contra o elevado
grau de privatização do ensino superior que já chega a quase 90% do
setor. Devido ao descaso com as deliberações, as plenárias finais foram
realizadas de forma apressada, levando à aprovação de resoluções
contraditórias, dificultando sua implementação. É urgente aprovar de
fato um programa revolucionário para a ENESSO, que combine a luta pela
educação e contra as opressões com a luta pelo fim do capitalismo.
As Correntes presentes (Levante/Consulta Popular, UJC/PCB, ANEL/PSTU,
Nova Democracia/ maoistas, etc.) se dissolveram no "programa" do projeto
ético-político da profissão do assistente social, subordinando o
movimento estudantil a um programa liberal e reformista e bloqueando o
debate sobre um programa proletário para intervir nas universidades.
Assim, todas se mesclaram na defesa da qualidade como eixo central,
assim como dos 10% do PIB para a educação e Universidade Popular.
Nenhuma disputa programática foi travada por estas correntes, apenas a
disputa aparelhista. A ANEL (PSTU e os simpatizantes da LER-QI), por
exemplo, se apegava a picuinhas organizativa para confrontar a atual
direção (Consulta, UJC, JCA e PSol) e preparar para disputar os cargos
na direção, sem sucesso.
A eleição da chapa única, composta pela JCA e independentes com apoio do
PSol, se deu após ser apresentada ao plenário sem debate. Houve 156
votos favoráveis e 54 abstenções, indicando um elevado índice de
rejeição. Esta direção manterá uma política ambígua, favorecendo o
governismo no movimento estudantil. Diante disso, a tarefa urgente para o
próximo período é politizar o debate nas escolas, realizar plenárias,
assembleias, unificar os estudantes das universidades públicas e
privadas, criando condições para um próximo ENESS que imponha à direção a
necessidade de respeitar a democracia interna, garantindo e priorizando
os espaços de debate e deliberação coletivos. Será fundamental retomar a
elaboração dos cadernos de teses, para que as diferentes posições
existentes no MESS sejam colocadas francamente. Mais do que isso,
coloca-se a necessidade de passarmos a eleger diretorias proporcionais,
em que as posições políticas presentes no evento sejam representadas na
diretoria, fazendo com que as deliberações coletivas de fato sejam
encaminhadas e não só aquelas que agradam à diretoria eleita.
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