terça-feira, 24 de julho de 2012

Balanço preliminar do XXXIV ENESS

Nós da Corrente Proletária Estudantil/POR, a partir da atuação no XXXIV ENESS, avaliamos que a estrutura de discussão burocratizada montada pela direção da Enesso (Levante Popular/Consulta Popular, Juventude Comunista Avançando/prestistas, PSOL) não garantiu um debate politizado sobre as tarefas urgentes do MESS diante dos ataques do governo antinacional e antipopular de Dilma e dos efeitos da crise econômica mundial que já começam a atingir os trabalhadores e juventude do Brasil. Enquanto a crise econômica avança a passos largos, o movimento estudantil de serviço social expressou no encontro a crise de direção política que tem desviado os trabalhadores e a juventude combativa da luta pelo fim do capitalismo e construção do socialismo.
 
As discussões sobre como organizar a luta contra a mercantilização do ensino e combater a brutal exclusão da juventude do ensino superior foi abafada por discussões distracionistas e prejudicada pelas várias horas de atraso para o início dos GDs e plenárias. A direção cometeu o absurdo de separar as discussões entre escolas públicas e privadas, justificando as especificidades de pauta de reivindicação o que prejudicou a organização e a discussão da luta unitária contra o elevado grau de privatização do ensino superior que já chega a quase 90% do setor. Devido ao descaso com as deliberações, as plenárias finais foram realizadas de forma apressada, levando à aprovação de resoluções contraditórias, dificultando sua implementação. É urgente aprovar de fato um programa revolucionário para a ENESSO, que combine a luta pela educação e contra as opressões com a luta pelo fim do capitalismo.
As Correntes presentes (Levante/Consulta Popular, UJC/PCB, ANEL/PSTU, Nova Democracia/ maoistas, etc.) se dissolveram no "programa" do projeto ético-político da profissão do assistente social, subordinando o movimento estudantil a um programa liberal e reformista e bloqueando o debate sobre um programa proletário para intervir nas universidades. Assim, todas se mesclaram na defesa da qualidade como eixo central, assim como dos 10% do PIB para a educação e Universidade Popular. Nenhuma disputa programática foi travada por estas correntes, apenas a disputa aparelhista. A ANEL (PSTU e os simpatizantes da LER-QI), por exemplo, se apegava a picuinhas organizativa para confrontar a atual direção (Consulta, UJC, JCA e PSol) e preparar para disputar os cargos na direção, sem sucesso.
A eleição da chapa única, composta pela JCA e independentes com apoio do PSol, se deu após ser apresentada ao plenário sem debate. Houve 156 votos favoráveis e 54 abstenções, indicando um elevado índice de rejeição. Esta direção manterá uma política ambígua, favorecendo o governismo no movimento estudantil. Diante disso, a tarefa urgente para o próximo período é politizar o debate nas escolas, realizar plenárias, assembleias, unificar os estudantes das universidades públicas e privadas, criando condições para um próximo ENESS que imponha à direção a necessidade de respeitar a democracia interna, garantindo e priorizando os espaços de debate e deliberação coletivos. Será fundamental retomar a elaboração dos cadernos de teses, para que as diferentes posições existentes no MESS sejam colocadas francamente. Mais do que isso, coloca-se a necessidade de passarmos a eleger diretorias proporcionais, em que as posições políticas presentes no evento sejam representadas na diretoria, fazendo com que as deliberações coletivas de fato sejam encaminhadas e não só aquelas que agradam à diretoria eleita.